Crises familiares, perdas, conflitos, enfim, uma série de fatos normais na vida de qualquer ser humano, começaram a refletir em minha vida pessoal de tal modo que aos poucos me transformaram em uma pessoa extremamente carente, frustrada, rebelde e revoltada. Eu havia cursado uma faculdade mas totalmente inexperiente, cometi um ato infracional ao código de ética disciplinar da instituição a que pertencia pela profissão, fato esse que na verdade, não tinha a menor gravidade, porém, era sancionado com a suspensão do exercício profissional da profissão. Foi então, que sem perceber, dadas as frustradas tentativas de sanar esse problema, sem que eu percebesse, esse problema aparentemente tão sem importância, acabou se tornando o marco inicial de uma amizade maravilhosa.
Suspensa, eu não conseguia exercer a profissão. Por conta disso, tinha que sobreviver e a essa altura, contribuir para o sustento da família.
Recorri a alguns colegas, os quais, ciente do problema, a princípio, manifestavam solidariedade em colaborar comigo, mas na verdade, essa "solidariedade", não era gratuita, ou seja, os trabalhos que eu fazia e que eles apenas assinavam, custava-me 50% do que eu deveria ganhar, pagando os 50% a eles pela assinatura dos trabalhos.
Mais do que humilhada, eu era sugada, explorada , e nada podia fazer.
O tempo passava e como não conseguia resolver essa situação, sofria sozinha. Em casa, ninguém tomava conhecimento de minha vida. Todos achavam que já haviam feito muito por mim e que eu por ter concluído um curso superior, não precisava mais de nada, nem de ninguém e que não precisava de nada. Fora o constrangimento que o próprio fato em si me causava, sabia que tinha sido motivo de chacota, de zombaria e de severas críticas, julgamentos e discriminação por "colegas" da mesma profissão.
É claro que quando você se vê numa situação dessas, até por instinto de sobrevivência, você procura uma saída e assim, procurei outras atividades profissionais que eu pudesse exercer livremente e que me garantissem pelo menos o suficiente à minha sobrevivência e daqueles que dependiam de mim. Infelizmente, porém, não tive êxito, mesmo porque a profissão para a qual eu tinha me preparado após anos de estudo, não oferecia muitas opções.
Não vou aqui narrar as diversas situações caóticas e humilhantes pelas quais passei. Vou apenas resumir numa frase: eu cheguei ao fundo do poço.
Durante essa fase catastrófica, estive sozinha. sim, absolutamente sozinha. Alguns, sob o pretexto de "ajudar", já não conseguiam mais esconder de mim por muito tempo, que na verdade queriam apenas tirar proveito da minha vulnerabilidade. Outros, embora acredito que realmente quisessem me ajudar, talvez não tenham encontrado uma maneira.
O fato é que certo dia, ouvi de alguém que hoje merece não só minha eterna lembrança, mas o meu carinho, o meu respeito e a minha sincera admiração a seguinte frase: " quando se chega ao fundo do poço...só resta subir."
E foi a partir desse dia, que realmente , a minha conexão com Deus, se restabeleceu mas desta vez, de uma forma honesta e sincera. Digo, honesta e sincera, porque ao longo da minha trajetória, procurei conexão através de muitos caminhos, mas não me sentia verdadeiramente conectada, ou seja, por vezes, frequentei templos, igrejas, institutos mas o que eu fazia era apenas seguir orientações, que na maioria das vezes eu não entendia, e confesso que não tinham um sentido muito claro para mim. E muitas vezes o que eu conseguia assimilar, não conseguia aceitar como verdadeiro.
Foi necessária essa explanação para contar a vocês como eu conheci Arcanjo Miguel.
Nenhum comentário:
Postar um comentário